segunda-feira, 14 de julho de 2014

‘A Culpa É das Estrelas’ é filme para ser sentido e aborda questões de doenças e deficiências

by Ricardo Shimosakai

Shailene Woodley (câncer no pulmão), Nat Wolff (cego) e Ansel Elgort (amputado) participam do grupo de apoio para jovens com câncerAnsel Elgort (amputado), Nat Wolff (cego) e Shailene Woodley (câncer no pulmão), participam do grupo de apoio para jovens com câncer

“Esse é o problema da dor, ela precisa ser sentida”. A frase, uma das mais apreciadas pelos adolescentes -- e não tão adolescentes assim -- que leram A Culpa É das Estrelas, é a que melhor define a adaptação da obra de John Green para o cinema. O filme, que estreia no Brasil nesta quinta-feira, foi feito para ser sentido. E arrancar lágrimas e risos da plateia.

O mix de emoções é culpa do casal principal, formado por Hazel Grace (Shailene Woodley) e Augustus (vivido por um ótimo Ansel Elgort). A adolescente de 16 anos convive há três com um câncer que começou na tireoide e depois atacou seus pulmões. Desenganada pelos médicos, ela sobrevive por causa de um tratamento experimental e da ajuda de um cilindro de oxigênio conectado às suas narinas através de uma cânula.

Hazel é obrigada pelos pais a frequentar um grupo de apoio para jovens com câncer, com o objetivo principal de fazer amigos. Lá ela conhece Augustus, 17, que teve câncer nos ossos e amputou uma das pernas. Os dois iniciam uma amizade, mas “Gus” deseja algo mais. Por algum tempo, Hazel evita ceder, já que se considera uma "granada" quando explodir, vai ferir todos à sua volta. Os avisos de mantenha distância não são suficientes para o garoto e, pouco depois, eles iniciam um romance curto, mas intenso o suficiente para dar inveja às princesas da Disney.

Embora Elgort não desfile o ideal de beleza grega, sua atuação é marcante e lembra o charme juvenil do astro Leonardo DiCaprio no fim dos anos 1990. Já Shailene prova, mais uma vez, que é uma atriz para se ficar de olho. Em seu filme anterior, Divergente, ela exibia um belo cabelo longo loiro com um figurino preto colado ao corpo malhado. Agora, ela se despe da vaidade, perde alguns quilos e as madeixas, e assume uma postura cansada e enferma, como os leitores do best-seller imaginavam.

A perna amputada de Augustus é mostrada no filme através de efeitos especiaisA perna amputada de Augustus é mostrada no filme através de efeitos especiais

Os fãs do livro, aliás, não ficarão desapontados com a adaptação para o cinema. O diretor Josh Boone e os roteiristas Scott Neustadter e Michael H. Weber seguiram à risca o texto original, que de tão elogiado pela crítica literária não demandou alterações.

Escolhido pela revista americana Time como o livro de ficção do ano em 2012, A Culpa É das Estrelas poderia ser apenas mais uma história triste com personagens com câncer, não fosse pelos personagens criados por Green. Hazel e Gus tratam a vida e a morte com honestidade, longe dos padrões de autoajuda tão populares em países como os Estados Unidos e até mesmo o Brasil. O mesmo o faz Isaac (Nat Wolff), amigo do casal que também frequenta o grupo e tem um caso raro de câncer nos olhos. Na adolescência ele fica cego e a namorada o deixa. Ainda que o drama de Isaac rendesse outro filme digno de muitas lágrimas, são suas algumas das cenas mais engraçadas da produção.

Todavia, o troféu de falas extremamente honestas e brutais fica com o veterano Willem Dafoe, que interpreta Van Houten, um escritor amargurado de quem Hazel é fã. “Você é um efeito colateral de um processo evolutivo que não dá muita importância a vidas individuais”, diz o autor quando a garota o visita em Amsterdã. O personagem teve uma traumática experiência com um familiar com câncer, caso que o faz buscar refúgio no alcool. Outra história que sozinha também renderia mais um filme.

Na contramão dos últimos sucessos infantojuvenis da literatura e do cinema, que apostam em tramas fantasiosas, com bruxos e vampiros, ou distopias violentas, John Green surge como um respiro honesto e que não subestima seu público. Os adolescentes perceberam isso e o escritor se tornou uma grife: seus livros são presença constante na lista de mais vendidosA Culpa É das Estrelas não deverá ter uma continuação como outras séries teens. Porém, a carreira de Green no cinema está só começando e promete ser brilhante.

Fonte: Veja



quarta-feira, 9 de julho de 2014

Ascessibilidade em hoteis fonte-turismo acaptado

URicardo Shimosakai estruturou uma operadora de turismo acessível para conseguir atender a grande demanda de mercado nesse segmento

Turismo com acessibilidade, investimento em adaptações para deficientes podem atrair mais lucros para hotelaria no Brasil,

Viajar é uma das paixões de Ricardo, ele não parou de conhecer novos lugares mesmo depois de levar um tiro e ficar paraplégico.

‘Antes desse acontecimento eu já viajava e passeava bastante então queria retomar isso de novo, dai mostrando isso para os meus colegas, contando minhas histórias, mostrando minhas fotos e vídeos, eles começaram a se interessar’, conta o Diretor da Turismo Adaptado e agente de viagens Ricardo Shimosakai.

Se interessam tanto que o publicitário abandonou a carreira para seguir o turismo. Hoje nessa agência de viagens ele é o responsável pelos pacotes para pessoas com deficiência. O desafio é encontrar locais com acessibilidade para todos esses turistas.

‘Muitos hotéis são acessíveis somente a pessoas com deficiência física. A parte da pessoa com deficiência visual ou de auditiva ainda é muito fraca’, reforça Ricardo Shimosakai.

A falta de adaptação da rede hoteleira faz com que os hotéis percam de 20% a 30% da taxa de ocupação e do faturamento.

‘Quando uma pessoa com deficiência viaja ela leva pelo menos mais uma ou duas pessoas de sua família como acompanhantes, ou seja, ela tem poder de ocupação dos empreendimentos’, observa Wilken Souto, Diretor de Produtos do Ministério do Turismo.

O Brasil possui 45 milhões de pessoas com algum tipo de deficiência. Para promover o turismo acessível, o governo federal disponibiliza um site para que os usuários avaliem a acessibilidade de locais públicos e privados além de atrações turísticas do país. Com os dados o Ministério do Turismo pretende montar um ranking dos lugares aptos a receber qualquer tipo de turista. Até agora já foram avaliados mais de 530.000 estabelecimentos.

‘Todas as empresas até na bolsa de valores que investiram na parte sustentável, na parte social, na parte de acessibilidade como social tiveram, mais de 10% de crescimento em relação aos que não investiram’, informa Bruno Omori, Presidente da ABIH-SP.

Márcio não é cadeirante mas tem uma prótese em uma das pernas em cria rampas para ajudar deficientes físicos a acessar lugares com degraus.

‘Existe uma outra questão interna que é o problema da circulação da cadeira de rodas, o problema que ela pode encontrar num sanitário se não for devidamente adaptado, então são questões que devem ser vistas com mais carinho pelo comerciante, pelo industrial, seja lá onde for tem que ter essa consciência’, complementa Márcio Luiz Barbosa, empresário da Multirampa.

Fonte: TV Cultura